Outras regiões do estado
O boletim do Centro de Operações Integradas (COI) da Corsan emitido às 15h30 deste sábado (4) mantém alerta de situação crítica de abastecimento em municípios da região Metropolitana. Nesta madrugada Estações de Tratamento de Água (ETAs) e Esgoto (ETEs) foram atingidas pelas cheias e estão paradas. A única ETA em funcionamento na região, neste momento, é a de Gravataí. Até que o nível das águas baixe, não há previsão de retomada dos serviços.
As cidades de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Guaíba e Sapucaia e Viamão estão 100% desabastecidas. Somente Gravataí segue com 55% com fornecimento de água no polo metropolitano, o que significa que 557 mil imóveis foram afetados com a interrupção do serviço na região. A Companhia recomenda o uso prioritário da água para serviços básicos, já que haverá racionamento.
Equipes da Corsan trabalham em força-tarefa ininterrupta para tomar soluções emergenciais imediatas. Para intensificar os esforços, o Grupo Aegea está trazendo técnicos em eletromecânica de outras unidades do país para auxiliar no reparo dos equipamentos danificados pelas cheias.
Diante da severidade do desastre climático em todo o Estado, um total 64 de municípios estão desabastecidos em todo o Estado, interrompendo o fornecimento de água em 906 mil imóveis. Neste momento, junto com a região metropolitana, as regiões Central (158 mil imóveis em 12 municípios), Nordeste (146 mil imóveis sem água em 26 municípios), e Sinos (27 mil imóveis em 6 municípios) são as mais impactadas. No Planalto e Missões, 11 municípios somam 16 mil famílias afetadas.
Até o momento, a Corsan mobilizou 55 caminhões-pipa e instalou 47 geradores para suprir a falta de energia elétrica nos sistemas operacionais em cidades onde foi possível, por acesso rodoviário, entregar os equipamentos. A Companhia também mobilizou três helicópteros e um avião para auxiliar no envio de equipamentos e técnicos para as regiões afetadas (quando as condições climáticas permitem). Na tarde deste sábado, um helicóptero está levando equipes de Porto Alegre para Lajeado.
Os problemas enfrentados pelas equipes da Corsan, que trabalham se revezando em regime de plantão, evidenciam a proporção das dificuldades enfrentadas pela Companhia para reparar estruturas do sistema de abastecimento de água em dezenas de cidades drasticamente afetadas pelas cheias. Os complicadores são diversos: alagamento das estruturas operacionais da Corsan, devido ao escoamento da água das cheias das bacias mais altas para as regiões mais baixas; a falta de energia elétrica, que interrompe sistemas de captação, tratamento e distribuição em diversos municípios; a grande quantidade de vegetação e destroços nas redes de captação; e a dificuldade de acesso a algumas localidades, tornando ainda mais complexa a realização de reparos.
MONITORAMENTO DE BARRAGENS
A Corsa informa que, mesmo com a leve baixa da água das barragens da região, segue com a orientação e recomendação à população de que prezem por sua segurança evitando as áreas do entorno, que ainda são de risco e, por precaução, estão isoladas. Os institutos de Meteorologia ainda preveem chuva para maioria das regiões do Estado neste final de semana, podendo ser mais fortes na Noroeste, Norte, Serra gaúcha; Missões, Centro, Vales, Metropolitana e litoral norte.
A empresa reitera que mantém monitoramento intensivo e alerta nas 35 maiores barragens da Companhia. O sistema está sendo atualizado ininterruptamente, com fotografias e vídeos realizados por drones. O objetivo é tomar medidas preventivas caso seja constatado qualquer dano às infraestruturas de abastecimento.
A Companhia concluiu, no fim da tarde desta sexta-feira (3), a remoção de 359 famílias que viviam em áreas de risco das barragens sob alerta, nas regiões de Santa Maria e Bento Gonçalves. Em parceria com o Exército, a Defesa Civil e governos locais e estadual, a Corsan retirou e realocou essas pessoas em abrigos seguros e hotéis da região.
AÇÃO DE MERGULHADORES
Em Bento Gonçalves, a Companhia ampliou o time de mergulhadores que atuam na desobstrução das redes de captação que estão submersas e bloqueadas por vegetação e destroços, impedindo o funcionamento dos sistemas.
REFORÇO DAS EQUIPES
Equipes da Corsan foram reforçadas e atuam em regime emergencial para prestar o suporte necessário até que a situação seja normalizada. A empresa também se colocou à disposição das operadoras de energia para contribuir com o restabelecimento da normalidade dos serviços.
MEDIDAS EMERGENCIAIS
Sem energia elétrica, as bombas que impulsionam a água das estações de tratamento para residências e empresas não funcionam, causando o desabastecimento. Para garantir o funcionamento desses sistemas, a Corsan adota medidas emergenciais, quando possível, como a contratação de geradores para suprir a falta de energia elétrica e carros-pipa para o atendimento imediato à população.